Desenhos antigos da prática
Sang Min Kim - criador no Brasil
Grupo do CRE Rio Grande
Essa arte marcial faz parte do conjunto de esportes que hoje são praticados no âmbito do Centro de Referência Esportiva Rio Grande. Participando dos Jogos Olímpicos desde 1988 como esporte de exibição, apenas em 2000 foi definitivamente integrado aos programa. A pesar de ser uma luta, esse esporte se enquadra de maneira muito profunda aos elementos mais importantes do esporte educacional, tais como a organização, disciplina, solidariedade, perseverança e companheirismo. Conheça agora as origens dessa arte que tem a sua raiz no que hoje é a Coreia.
Como em todo o mundo oriental as artes marciais fazem parte da cultura dos povos. E na Coreia não foi diferente. Quando ainda não era um país unificado, mas dividido em três grandes reinos, um desses reinos, o de Silla, que perdurou de 935 até 1392, criou um grupo de guerreiros para garantir a segurança. Mas, os chamados “hwarangs” não eram só lutadores, treinados na técnica do taekkyeon. Eles estudavam história, a filosofia confuciana (do filósofo Confúcio) , ética e a moral budista (do avatar Buda). Para os combates, eles treinavam com lanças, arco e flecha, espada e também praticavam a disciplina mental, desenvolvendo várias formas de lutas com os pés e as mãos, como o soo-bak e o taekyon (antigas artes marciais coreana que originaram o Taekwondo). Assim, ser um guerreiro implicava também ser um homem do saber, capaz de compreender o mundo. Com o início de uma nova dinastia, as artes marciais perderam sua centralidade, mas jamais foram esquecidas. E apesar da passagem dos séculos, das invasões japonesas e de um longo período de isolamento, as técnicas da luta dos antigos guerreiros foram sendo repassadas.
Foi no início do século XX que a arte marcial coreana renasceu com bastante força. Com o país ccupado pelos japoneses os coreanos foram vendo sua cultura definhar, e assim, decidiram impulsionar a prática do Taekkyeon, obrigando a todos os que ingressavam na carreira militar a aprender a luta. Muitos mestres tinham saído pelos caminhos do Oriente e voltavam com novas técnicas, incorporando-as à antiga forma de lutar. Quando finalmente os japoneses saíram da Coreia em 1945, a arte deixou de ser clandestina e passou a ser ensinada em escolas, chamadas de kwans. Assim, surge o taekwondo, uma espécie de mistura entre a velha arte e as outras formas de luta aprendidas na China e no Japão. O nome taekwondo aparece em 1955, a partir da proposta do general Choi Hong Hi, de unificação de várias escolas e modalidade da luta.
Como toda a arte marcial, o taekwondo é muito mais do que uma luta. Está impregnado dos conceitos filosóficos milenares do mundo oriental. A própria origem do nome do esporte já remete a esse aprofundamento espiritual. Tae (significa pé), kwon ( significa mão) e do ( é o espírito, o caminho). Assim, na prática sistemática dos golpes e das técnicas, o aprendiz se conduz pelo caminho do espírito.
O taekwondo é uma técnica de combate sem armas, específico para a defesa pessoal e tem como principal ponto a destreza nos pés e mãos, que constituem golpes capazes de vencer o oponente. Essa arte foi introduzida no Brasil pelos mestres Sang Min Kim, Yeo Jim Kim e Kun Mo Bang, no ano de 1970. Depois vieram outros e a luta foi se desenvolvendo. Não é sem razão que uma das mais importantes representantes do taekwondo no mundo é uma brasileira, Natália Falavigna.
Ser um praticante do taekwondo exige muito mais do que a habilidade com os pés e mãos. Ao longo do aprendizado, o aluno passa por gubs e dans. Cada gub corresponde a uma faixa colorida. Elas vêm para o aluno em ordem decrescente e quanto menor o número significa que mais ele tem desenvolvido o senso de humildade. Cada cor simboliza algum valor importante para o ser humano.
Já o dan corresponde a graduação de faixa preta. Essa segue a ordem crescente até o 10. Quanto maior o dan maior é o desenvolvimento dos conhecimentos e aprimoramentos da arte. A cor preta simboliza dignidade, dedicação, postura e liderança.
Na arte marcial as cores não são apenas adereços. Elas são baseadas na tradição. As pretas, vermelhas e azuis representam as hierarquias existentes durante as dinastias Koguryo e Silla.
Para todos os que praticam a arte marcial. Muito mais do que o esforço corporal, os ensinamentos filosóficos são os que marcam o espírito, garantindo um ser em equilíbrio.