Faz frio na cidade de Rio Grande, mas na bonita Praia do Cassino poucos parecem se importar com o vento geladinho. Pois é ali que dezenas de pessoas se encontram para compartilhar saberes e brincadeiras. São professores e professoras de educação física de oito cidades da região de Rio Grande vivenciando um curso de formação coordenado pela Rede Parceiros Multiplicadores do Esporte Educacional, ligada ao Instituto Esporte & Educação, que tem à frente a jogadora de vôlei Ana Moser. O grupo faz parte do projeto Esporte e Cidadania, de esporte educacional, patrocinado pela Petrobras e desenvolvido pelo Centro de Referência Esportiva, que entra agora no seu segundo ano.
A tarefa dos professores é avaliar o trabalho desenvolvido com os alunos da rede pública, conversar, trocar experiência, aprender novas abordagens para as atividades esportivas e construir coletivamente instrumentos brincantes. Não é sem razão que a sala é uma festa. Misturam-se risos com chimarrão, abraços com teoria e, juntos, eles vão tecendo um mosaico de saberes que vai desembocar lá na escola, bem como nas atividades do Centro de Referência Esportiva.
Nesse processo o caminho teórico é o do esporte educacional, uma proposta que faz da hora da educação física não um momento de tortura ou de "fazer nada", mas espaço de formação de um sujeito crítico, ativo politicamente, brincante e cooperativo. Essa abordagem preocupa-se muito mais com o prazer do jogo, a inclusão de todos conforme suas habilidades, a solidariedade, do que com a competição. Vale movimentar o esqueleto com alegria, promovendo saúde e bem estar. Além disso trabalha na criança e no adolescente valores que o tornam melhor pessoa na relação com o coletivo.
Para os professores das redes públicas municipais que participam do encontro, essa é uma oportunidade única de reorientar as atividades da educação física na escola, amparada num arcabouço teórico que passa pela construção coletiva, tanto do conhecimento como dos materiais utilizados nos jogos e brincadeiras. Como o Estado, via de regra, não provê a formação continuada, é nesses projetos que os educadores encontram espaço para a troca de informação e para o aprimoramento de suas práticas.
O encontro dura dois dias e alterna discussão com atividades práticas, para que os professores possam vivenciar aquilo que depois dividirão com os alunos. A metodologia participativa torna tudo muito lúdico, exatamente como tem de ser o próprio ensino esportivo. E, por se reconhecerem protagonistas desse momento educativo, o que se vê no rosto de cada um é comprometimento, paixão, emoção e alegria. Elementos essenciais para se vivenciar numa sala de aula, ou num pátio de atividades desportivas. Assim, a educação vai se transformando.
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